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EXCLUSIVO!
Enciclopédia entrevista JO SQUILLO
Fundadora e apresentadora da Tv Moda, um mito italiano,
a maior comunicadora de moda da história da Itália.
"Nem só de moda vive uma mulher”
Foto gentilmente cedida a Enciclopédia da Moda
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Um pouco de bio
Por: Fernanda Piacentini 21 de janeiro de 2013
Antes de começar a entrevista gostaria de introduzir-vos a este personagem tão eloquente da cultura italiana. Giovanna Coletti, conhecida como Jo Squillo, precursora do punk rock italiano, um dos personagens mais subversivos da cultura dos anos 80 no país, registrou singles mitológicos que até hoje são tidos como sucessos cult como: “Violenta-me” e “Horror”. Seu grupo Kandeggina Gang (Gang QBoa) fundado em 1979, era caracterizado por intolerância a machismos e pré-conceitos, reflexos que exibiam em shows ao vivo. Como em um que ocorreu em março de 1980, onde seu grupo, por protesto, lançava Tampax pintados de vermelho para um público chocado em plena Praça DUOMO em Milão.
Em 1982, já um pouco menos “conceitual” registrou o single, “ 45 voltas na África,” dedicado a Nelson Mandela onde rodou um vídeo ao lado do vulcão Etna em erupção. Foi ativista politica do partido Rock italiano e chegou a apresentar-se a eleições.
Jo Squillo, além de ser uma realidade musical bem apreciada pela crítica é também uma artista que sempre encabeça as causas sociais na Itália, como a luta contra a droga e pela preservação do meio ambiente. Fundou em Milão um centro cultural para jovens interessados em desenvolver talentos musicais. Fez turnês por toda Europa e mundo, recebeu prêmios, exibiu-se com lendas da musica internacional, compôs em 1991 “Siamo donne” que se tornou o hino das mulheres italianas, cujo refrão diz: “Somos mulheres que, além das pernas temos muito mais”. Fez cinema, tornou-se apresentadora em 1993 do icônico canal italiano RAI DUE, e no mesmo ano apresentou “San REMO Jovens” para a RAI UNO. Passou por outros canais televisivos, apresentou um programa para um canal suíço. Em 1995, em uma viagem aos EUA conhece o Jungle, estilo musical que a fez abandonar o rock e embarcar para turnês para tantos outros países. Em 1996 produziu um curta psicodélico intitulado “Jungle TV”.
E finalmente a MODA...
Foi em 1996 que Jo foi introduzida literalmente ao universo da moda ao conduzir um programa chamado “Kermesse” para a tv aberta RAI UNO. E em 1997 alçou voos maiores apresentando o programa“A cidade das mulheres” para RAI INTERNACIONAL.
E tomou gosto, vindo então em 1999 a descobrir um novo talento seu, aquele de autora de programas televisivos ligados à moda criando o: The New York Fashion. Tal programa seria uma antecipação daquele que viria a ser o sucesso de audiência de um dos canais “Berlusconianos” de maior audiência a ReteQuattro aos sábados o : TV MODA, com episódios em Miami, São Francisco, Paris, Milão e Roma até a criação pela mesma da própria TV MODA onde além de idealizadora é também a apresentadora maior.
ENTREVISTA
Jo como se deu essa sua transição da música para a moda? Ainda que saibamos que você não se afastou totalmente do universo musical, no entanto, você se tornou a maior referência televisiva em comunicação de moda na Itália hoje. Onde começa sua história com o mundo da moda?
Minha relação com a moda começou ao mesmo tempo em que minha carreira musical. Desde o início eu criava minhas roupas de palco, minhas roupas refletiam minhas músicas, e a música era uma fonte de inspiração para muitos designers. Eu desenhava minhas camisetas, sapatos, acessórios, criava minha maquiagem, criava todo o meu look sozinha.
Cantora, escritora, dançarina, jornalista para concluir o quesito polivalência devo dizer também empreendedora? Você criou o primeiro canal de televisão no país da Moda excelência, onde não se brinca ao criar. Você alguma vez encontrou dificuldade ou pré-conceitos pelo fato de teres vindo do mundo da música? Especialmente a musica punk, rock and roll, por vezes marginalizada?
O Punk é a cultura que me permitiu ser capaz de alcançar todos os meus objetivos, eu não poderia ter conquistado o que conquistei sem a força criativa da cultura punk. O mundo da moda é muito criativo, mas também muito conservador, é difícil entrar e permanecer se você não tem ideias o tempo todo, especialmente se você é uma cantora e ainda, mulher.
Você foi uma pessoa um tanto ousada naquela época (anos 80) para um país conservador como a Itália . O que mudou hoje em você?
Os "80" foram anos muito criativos e revolucionários, ainda hoje música e moda buscam inspirações nessa cultura. Para mim foi muito difícil emergir, tive todos contra mim, dizendo que "uma” que se chama Jo SQuillo (Anel) nunca teria sucesso." E eu dizia: "olha que nos Estados Unidos existe uma que se chama Madonna (Nossa senhora, em italiano) e está fazendo as mesmas coisas que eu ..... ". Na Itália existe este hábito desagradável de aclamar tudo o que vem dos Estados Unidos, ao em vez de incentivar talentos italianos. A própria moda teve que “trabalhar” muito para firmar-se como "Made in Italy", para ser o que agora é, a cobiça do mundo. Embora a indústria da moda seja uma das vozes mais importantes da nossa economia (italiana) que emprega milhares de pessoas, para alguns, ainda é uma coisa frívola...
Hoje, muita coisa mudou em mim, eu faço muito mais coisas, eu busco realizar as minhas ideias sem me importar com aquilo que as pessoas ”de poder” possam vir a dizer, e procuro também ajudar jovens artistas a emergir.
A moda hoje segundo Jo Squillo? A moda italiana?
Em minha opinião, que rodo o mundo para assistir as mais importantes “Fashion Week” como de: Milão, Paris, Londres, New York, Berlim, Moscou, etc...A moda italiana ainda é em seu conjunto a numero 1. Na Itália os estilistas são ainda todos italianos, enquanto que na França e América, as grandes marcas estão nas mãos de estilistas estrangeiros, como Karl Lagerfeld (alemão) na Chanel, ou mesmo Francisco Costa (brasileiro) na Calvin Klein. Seja os franceses que os americanos, veem a Itália para comprar os tecidos ou para produzir suas coleções (bolsas, por que aqui estão as melhores alfaiates e os melhores artesãos).
Ainda tens projetos futuros, que gostarias de realizar e não teve tempo ou possibilidade?
Se encontrar financiamentos farei um filme, tenho uma belíssima ideia.
O Brasil o conhece? Se tentasse pensar em moda brasileira honestamente, o que te vem em mente? E o que falta ao Brasil para ter na tua opinião uma maior representatividade no panorama fashion? Escutamos muitos jornalistas brasileiros e sociólogos de moda dizer que talvez devêssemos ser mais originais e menos folclóricos. De Masi (sociólogo italiano) atribui o fator da criatividade em países em desenvolvimento a questões sociais, ou seja, os mais criativos são aqueles aos quais a vida deu mais oportunidade econômica? Você concorda?
Estive em turnê pelo Brasil há alguns anos, cantei no Rio e em São Paulo, depois participei de um reality gravado próximo ao Rio. Mas sinto muito, não conheço a moda brasileira, não poderia julgá-la.
A musica ou a televisão?
A música é a minha vida, a televisão meu “novo” trabalho.
Você já “pagou algum mico” em entrevista a um estilista ou personagem da moda no início de sua carreira ou na sua vida?
No mundo da moda não é permitido “pagar micos”.
Quizz
Um lugar: Maldivas
Sapato preferido (se puder dizer)? Le Silla
Uma bolsa: LOUIS VUITTON
Um perfume: Prada
Um mito da música: Tina Turner
Um estilista? Muitos
UN BACIONE A TUTTI GLI AMICI BRASILIANI
JO SQUILL0
Para saber mais detalhes sobre a entrevista, ver videos e fotos acesse também:
http://emlabo.blogspot.com.br/2013/01/entrevista-jo-squillo.html
Lembramos que a nossa editora estará ministrando cursos de produção de Moda na cidade de Londrina-Pr em março e abril
ENCICLOPÉDIA DA MODA
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